São Paulo - A caça ilegal de elefantes e rinocerontes na África reúne números cruéis. Só no ano passado, 40.000 elefantes e mais de 1.200 rinocerontes foram mortos por caçadores para abastecer um mercado negro que movimenta cerca de 70 bilhões de dólares por ano.
Neste ritmo, tais animais majestosos podem ser extintos dentro de dez anos, segundo cálculos da Ong americana Charles A. e Anne Morrow Lindbergh Foundation.
Mas uma nova abordagem de combate usando drones e big data pode pôr fim à matança. É o projeto Air Shepherd, que dá "asas" e visão noturna à atuação dos rangers, como são chamados os guardas que patrulham os parques onde estão esses animais.
Funciona assim: quando chega a noite, que é o período de maior atividade da caça furtiva, os veículos aéreos não tripulados sobrevoam a região fazendo reconhecimentos — eles possuem GPS e câmeras infravermelhas que geram imagens térmicas de animais e também de caçadores.
Elétricos, silenciosos e, praticamente, invisíveis, eles fornecem os dados para centros de operação de informação que, rapidamente, enviam aos rangers a localização do caçador antes que ele mate um animal.
Dados do bem
São justamente os dados que tornam esta iniciativa promissora.
O projeto do Air Shpeherd utiliza um software de análise especial projetado por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Maryland e que tem sido empregado pelo Departamento de Defesa para conter ataques de estrada no Iraque com uma precisão de 93%.
Com um detalhe: quando aplicado à caça furtiva, ele tem se demonstrado totalmente eficaz.
Numa fase inicial, os drones patrulharam uma área onde até 19 rinocerontes foram mortos a cada mês e, no período de testes, que durou seis meses, não houve uma morte sequer.
Tal sistema leva em conta dados como estradas, topografia, disponibilidade de rangers, topografia, fontes de água, informação histórica sobre o abatimento de animais, áreas de circulação dos bichos, clima, estação e muitos outros fatores que ajudam a prevêr a ação dos caçadores ilegais.
É a tecnologia a favor da preservação.
Assista ao vídeo sobre o projeto, que busca financimento coletivo no site Indiegogo.
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