A escala e o alcance da revolução no uso desses pequenos dispositivos têm pego muitos de surpresa. Em 2010, a Administração de Aviação Federal (FAA) dos Estados Unidos estimou que haveria em 2020 cerca de 15 mil drones. A venda mensal desse equipamento já ultrapassa essa marca. E este não é apenas um modismo americano. Alguns analistas acreditam que o número de drones produzidos e vendidos em todo o mundo ultrapassará 1 milhão. Na opinião deles, o que está agora acontecendo com os drones é o mesmo que aconteceu com os computadores na década de 1980, quando a Apple lançou o Macintosh e a IBM o PS/2, tais máquinas concebidas como hobbies passaram a ser essencial para os negócios.
Isto é provavelmente um exagero. É difícil pensar em algum negócio que não poderia se beneficiar com o uso dos computadores, em contrapartida, muitos não podem se beneficiar (ao menos diretamente) com o uso de drones. Porém, o uso prático dessas pequenas aeronaves, controladas por controle remoto, está se expandido rapidamente. Depois de anos de tanta relutância, a FAA, até agosto, aprovou mais de mil operações comerciais que envolvem o uso de drones. As áreas envolvidas são as mais diversas, como na agricultura (os agricultores utilizam drones para monitorar o crescimento das plantas, infestações de insetos e áreas que necessitam de água, isso tudo por um valor bem mais em conta se comparado aos procedimentos utilizados anteriormente); na inspeção de terras; na produção de filmes (algumas das imagens espetaculares do filme “Os vingadores: a Era Ultron” foram filmadas por drones, que podem voar mais baixo e, assim, recolher imagens mais dramáticas do que um helicóptero); na segurança; nos serviços de entrega (o serviço postal suíço está testando um sistema que realizará a entrega de encomendas que pesem até 1 quilo via drones, entre muitos outros; a Amazon, UPS e o Google estão pensando em ideias similares).
Isto é provavelmente um exagero. É difícil pensar em algum negócio que não poderia se beneficiar com o uso dos computadores, em contrapartida, muitos não podem se beneficiar (ao menos diretamente) com o uso de drones. Porém, o uso prático dessas pequenas aeronaves, controladas por controle remoto, está se expandido rapidamente. Depois de anos de tanta relutância, a FAA, até agosto, aprovou mais de mil operações comerciais que envolvem o uso de drones. As áreas envolvidas são as mais diversas, como na agricultura (os agricultores utilizam drones para monitorar o crescimento das plantas, infestações de insetos e áreas que necessitam de água, isso tudo por um valor bem mais em conta se comparado aos procedimentos utilizados anteriormente); na inspeção de terras; na produção de filmes (algumas das imagens espetaculares do filme “Os vingadores: a Era Ultron” foram filmadas por drones, que podem voar mais baixo e, assim, recolher imagens mais dramáticas do que um helicóptero); na segurança; nos serviços de entrega (o serviço postal suíço está testando um sistema que realizará a entrega de encomendas que pesem até 1 quilo via drones, entre muitos outros; a Amazon, UPS e o Google estão pensando em ideias similares).
O clube dos Drones
O comércio não é a única área em que os drones estão fazendo sucesso. Um olhar sobre o mundo acadêmico sugere que mais áreas de uso estão esperando para serem descobertas. Porque os drones são baratos, geógrafos que nunca poderiam pagar por pesquisas convencionais de levantamento de dados aéreos, agora são capazes de controlar erosões, acompanhar as mudanças de nascentes de rios e inspecionar geleiras. Arqueólogos e historiadores estão se aproveitando do software que permite a produção precisa em 3D de paisagens e edifícios com as imagens enviadas por drones equipados com câmeras digitais. Isso permite que eles façam o mapeamento de ruínas antigas e terraplanagem. Drones também podem ir para áreas em que aeronaves tripuladas não podem, incluindo crateras de vulcões ativos e interiores de cavernas. Um drone operado pela Instituição Woods Hole Oceanographic, em Massachusetts, conseguiu até mesmo captar amostras de ar jorrado pelas baleias para uma análise de DNA. Os drones são, como esperado, muito úteis para o estudo de aves. Um drone padrão comprado em uma loja de departamento pode, por exemplo, ser usado, sem modificações, para a contagem de ninhos que estão localizados no topo das florestas.
Os funcionários públicos também já estão inserindo os drones em suas rotinas. No caso de contagem de ninhos de aves, a ideia é não perturbar a vida selvagem em questão. Em Ottawa, funcionários decidiram pelo caminho inverso, um drone com um “goosebuster”, equipado com alto-falantes desempenha as chamadas de aves rapinas. Isso manteve um parque de uma cidade em Petri Island livre de centenas de gansos cujos excrementos estavam causando problemas. A polícia de Michigan está pensando em usar drones para o mapeamento de cenas de acidentes, para que as estradas possam ser abertas mais rapidamente depois dos acidentes. Bem como manter parques limpos e o trafego funcionando, os drones também podem salvar vidas. Em julho, por exemplo, Frank Roma, um bombeiro, resgatou dois meninos de um rio em Maine com a ajuda de um drone. Os rapazes ficaram presos em uma rocha no meio de uma poderosa corrente. Roma empregou um drone para transportar uma linha até eles, ao longo da qual ele transportou coletes salva-vidas, que eles colocaram antes que um barco inflável saísse para realizar a complicada manobra de resgatá-los.
Algumas outras funções exercidas por drones são mais questionáveis. O seu uso para o combate de drogas e telefones nas prisões estão crescendo. Instâncias foram relatadas nos Estados Unidos, Austrália, Brasil, Grã-Bretanha e Canadá – para citar alguns lugares. Na Grã-Bretanha, a polícia também pegou criminosos usando drones para observar casas para em seguida assaltá-las. O acidente de um drone que pousou na Casa Branca, em janeiro desse ano, destacou o risco de que eles podem ser usados para atos de terrorismo. Em junho, surgiu um vídeo de KATSU, pseudônimo de artista de grafite, usando um drone equipado com spray aerossol para desfigurar um dos cartazes mais proeminentes de Nova Iorque.
Como toda essa atividade será regularizada e fiscalizada, como a própria resposta da FAA mostrou, ainda não está claro. Existem implicações para a segurança (ser atingido por um drone descontrolado que pesa vários quilos seria uma piada); para a privacidade, tanto do estado quanto dos vizinhos barulhentos. Mas as novas máquinas são tão baratas, tão úteis e têm apresentam um potencial imprevisível, que a melhor abordagem para regulamentação pode ser simplesmente deixar que eles voem livremente.
Os pioneiros nesse campo – o Mac e o PS/2 do mundo dos drones, se você preferir – são: o AR e o Phantom. O AR, construído pela Parrot, uma empresa francesa, tornou-se o mais vendido em 2010. É um Quadrotor fácil de pilotar que transmite vídeos de volta para os smartphones. Então, em 2013, uma empresa chinesa chamada DJI introduziu o Phantom. Isso trouxe qualidade profissional fotográfica aérea ao alcance das pessoas em geral. A mais recente encarnação do Phatom, que custa menos de dois mil dólares, pode gravar vinte minutos de imagens antes que tenha que pousar.
Por quanto tempo essas duas empresas vão dominar o mundo de drones é uma incógnita. Andrew Amato da Dronelife, uma consultoria americana, diz que o tempo de voo limitado do Phantom o torna vulnerável. Um drone que poderia voar por uma hora, talvez, mudasse o mercado, ou um que fosse equipado com uma tecnologia que desviasse de obstáculos. Os pesquisadores estão trabalhando em ambos os campos.
Os funcionários públicos também já estão inserindo os drones em suas rotinas. No caso de contagem de ninhos de aves, a ideia é não perturbar a vida selvagem em questão. Em Ottawa, funcionários decidiram pelo caminho inverso, um drone com um “goosebuster”, equipado com alto-falantes desempenha as chamadas de aves rapinas. Isso manteve um parque de uma cidade em Petri Island livre de centenas de gansos cujos excrementos estavam causando problemas. A polícia de Michigan está pensando em usar drones para o mapeamento de cenas de acidentes, para que as estradas possam ser abertas mais rapidamente depois dos acidentes. Bem como manter parques limpos e o trafego funcionando, os drones também podem salvar vidas. Em julho, por exemplo, Frank Roma, um bombeiro, resgatou dois meninos de um rio em Maine com a ajuda de um drone. Os rapazes ficaram presos em uma rocha no meio de uma poderosa corrente. Roma empregou um drone para transportar uma linha até eles, ao longo da qual ele transportou coletes salva-vidas, que eles colocaram antes que um barco inflável saísse para realizar a complicada manobra de resgatá-los.
Algumas outras funções exercidas por drones são mais questionáveis. O seu uso para o combate de drogas e telefones nas prisões estão crescendo. Instâncias foram relatadas nos Estados Unidos, Austrália, Brasil, Grã-Bretanha e Canadá – para citar alguns lugares. Na Grã-Bretanha, a polícia também pegou criminosos usando drones para observar casas para em seguida assaltá-las. O acidente de um drone que pousou na Casa Branca, em janeiro desse ano, destacou o risco de que eles podem ser usados para atos de terrorismo. Em junho, surgiu um vídeo de KATSU, pseudônimo de artista de grafite, usando um drone equipado com spray aerossol para desfigurar um dos cartazes mais proeminentes de Nova Iorque.
Como toda essa atividade será regularizada e fiscalizada, como a própria resposta da FAA mostrou, ainda não está claro. Existem implicações para a segurança (ser atingido por um drone descontrolado que pesa vários quilos seria uma piada); para a privacidade, tanto do estado quanto dos vizinhos barulhentos. Mas as novas máquinas são tão baratas, tão úteis e têm apresentam um potencial imprevisível, que a melhor abordagem para regulamentação pode ser simplesmente deixar que eles voem livremente.
Os pioneiros nesse campo – o Mac e o PS/2 do mundo dos drones, se você preferir – são: o AR e o Phantom. O AR, construído pela Parrot, uma empresa francesa, tornou-se o mais vendido em 2010. É um Quadrotor fácil de pilotar que transmite vídeos de volta para os smartphones. Então, em 2013, uma empresa chinesa chamada DJI introduziu o Phantom. Isso trouxe qualidade profissional fotográfica aérea ao alcance das pessoas em geral. A mais recente encarnação do Phatom, que custa menos de dois mil dólares, pode gravar vinte minutos de imagens antes que tenha que pousar.
Por quanto tempo essas duas empresas vão dominar o mundo de drones é uma incógnita. Andrew Amato da Dronelife, uma consultoria americana, diz que o tempo de voo limitado do Phantom o torna vulnerável. Um drone que poderia voar por uma hora, talvez, mudasse o mercado, ou um que fosse equipado com uma tecnologia que desviasse de obstáculos. Os pesquisadores estão trabalhando em ambos os campos.
Para o alto e além
Os sensores que auxiliam no desvio de obstáculos, necessários para os drones operarem com segurança no espaço aéreo compartilhado sem a supervisão humana, são difíceis sem que haja sensores adicionais, tais como radares. Usando a própria câmera de vídeo de um drone para reconhecer objetos em tempo real requer uma tecnologia tremenda. Algumas empresas, no entanto, estão fazendo esforços para alcançar exatamente isso. Uma delas é a Bio Inspired Technologies of Boise, em Idaho, que está enfrentando problemas com a rede neural de fio rígido, um tipo de dispositivo que é especializado em aprender coisas. Engenheiros da empresa acreditam que eles podem ser treinados para reconhecer objetos aéreos e desviar deles. Alternativamente, um computador convencional pode ser programado com algoritmos pré-concebidos para reconhecer e evitar ameaças, entendendo como objetos visíveis pelas câmeras de drones podem se mover. Percepto, uma empresa com sede em Tel Aviv, usa essa abordagem, que eles chamam de visão inteligente. O sistema da Percepto também pode ser usado para enquadrar tomadas de câmeras, tendo em vista o ângulo de iluminação.
Qualquer que seja a abordagem – de treino, aprendizagem, ou reconhecimento, o software que está sendo pré-concebido – ganha, drones que são capazes de compreender seus ambientes até mesmo de forma limitada serão muito úteis. Eles poderiam, por exemplo, reconhecer sua operadora e sua casa quando for requerido. Eles podem ser soltos em estradas danificadas pelo gelo para procurar buracos. Eles poderiam ser liberados para um passeio pelas florestas e detectar incêndios de maneira mais rápida, ou enviados para procurar por caminhantes errantes quando estes não conseguissem voltar no tempo em que são esperados.
Estender o tempo de voo vai fazer com todos os seus usos sejam mais plausíveis, e muitas pessoas estão trabalhando nisso também. A abordagem mais comum é aquela em que o drone muda sua posição no ar, passa da posição de helicóptero, que se apoia na força de seus quatro rotores, para a posição de avião, que consegue se elevar de maneira mais eficiente sobre suas asas fixas.
O SkyProwler, da Krossblade, uma empresa com sede em Tempe, Arizona, se parece com um avião, porém apresenta quatro pás de rotor, que se descolam do corpo do drone para decolagens e aterragens verticais. Dan Lubrich, chefe da empresa, afirma que é eficiente em ambos os casos, quando paira no ar e quando voa, e diz que o mecanismo de transformação acrescenta apenas cerca de 10% do peso de um drone. Os drones SkyProwler chegam até 100 quilômetros por hora e tem um tempo de voo de aproximadamente 40 minutos. Ele pode viajar até 25 quilômetros de distancia do seu operador, filmar um vídeo e entregar um pacote, e depois voltar. Deve ir a venda em dezembro.
Engenheiros da VTOL Technologies, um empresa que começou na Universidade de Reading, estão trabalhando no Flying Wing, um drone de 120 centímetros. Quatro hélices que permitem um voo nivelado, e sua altitude pode ser ajustada para permitir que ele se eleve prontamente. O resultado é um dispositivo que pode se inclinar na direção do vento, para proporcionar ainda mais sustentação. Isso permite que eles planem da mesma maneira que gaivotas e outras aves que planam fazem, isso com pouco energia. VTOL estima que esse drone será capaz de se manter no ar por uma hora, ou se estiver planando, por duas horas.
Os dias da Parrot e da DJI estão contados. Guiliano Amato estende a prévia comparação com os computadores para o momento em que a IBM que com sua metade no duopólio de computadores vacilou, e inúmeros concorrentes a passaram. Isso, é claro, não impediu que os negócios da Apple sobrevivessem para um grupo particular e leal de consumidores, mas isso significou que pequenos computadores se tornassem produtos de base. Como um drone em uma rajada de vento, o futuro desse mercado terá muitas reviravoltas – mas tudo aponta que o ar estará repleto dessas máquinas em breve.
Qualquer que seja a abordagem – de treino, aprendizagem, ou reconhecimento, o software que está sendo pré-concebido – ganha, drones que são capazes de compreender seus ambientes até mesmo de forma limitada serão muito úteis. Eles poderiam, por exemplo, reconhecer sua operadora e sua casa quando for requerido. Eles podem ser soltos em estradas danificadas pelo gelo para procurar buracos. Eles poderiam ser liberados para um passeio pelas florestas e detectar incêndios de maneira mais rápida, ou enviados para procurar por caminhantes errantes quando estes não conseguissem voltar no tempo em que são esperados.
Estender o tempo de voo vai fazer com todos os seus usos sejam mais plausíveis, e muitas pessoas estão trabalhando nisso também. A abordagem mais comum é aquela em que o drone muda sua posição no ar, passa da posição de helicóptero, que se apoia na força de seus quatro rotores, para a posição de avião, que consegue se elevar de maneira mais eficiente sobre suas asas fixas.
O SkyProwler, da Krossblade, uma empresa com sede em Tempe, Arizona, se parece com um avião, porém apresenta quatro pás de rotor, que se descolam do corpo do drone para decolagens e aterragens verticais. Dan Lubrich, chefe da empresa, afirma que é eficiente em ambos os casos, quando paira no ar e quando voa, e diz que o mecanismo de transformação acrescenta apenas cerca de 10% do peso de um drone. Os drones SkyProwler chegam até 100 quilômetros por hora e tem um tempo de voo de aproximadamente 40 minutos. Ele pode viajar até 25 quilômetros de distancia do seu operador, filmar um vídeo e entregar um pacote, e depois voltar. Deve ir a venda em dezembro.
Engenheiros da VTOL Technologies, um empresa que começou na Universidade de Reading, estão trabalhando no Flying Wing, um drone de 120 centímetros. Quatro hélices que permitem um voo nivelado, e sua altitude pode ser ajustada para permitir que ele se eleve prontamente. O resultado é um dispositivo que pode se inclinar na direção do vento, para proporcionar ainda mais sustentação. Isso permite que eles planem da mesma maneira que gaivotas e outras aves que planam fazem, isso com pouco energia. VTOL estima que esse drone será capaz de se manter no ar por uma hora, ou se estiver planando, por duas horas.
Os dias da Parrot e da DJI estão contados. Guiliano Amato estende a prévia comparação com os computadores para o momento em que a IBM que com sua metade no duopólio de computadores vacilou, e inúmeros concorrentes a passaram. Isso, é claro, não impediu que os negócios da Apple sobrevivessem para um grupo particular e leal de consumidores, mas isso significou que pequenos computadores se tornassem produtos de base. Como um drone em uma rajada de vento, o futuro desse mercado terá muitas reviravoltas – mas tudo aponta que o ar estará repleto dessas máquinas em breve.
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