: Praticante de kitesurfe ao pôr do sol, em Barra Grande (PI), é uma das fotos do fotógrafo amador Marcos Amend disponíveis no banco de imagens CrayonStock; Amend ganha, em média, R$ 400 por mês com a venda de suas imagens no site.
Marcos Amend/CrayonStock
"No início, fazia as fotografias pensando apenas em registrar boas fotos, não considerava vendê-las para bancos de imagens. Hoje, quando vou fotografar, já penso em ângulos diferenciados, na qualidade do arquivo e até nas palavras-chave que poderei usar para classificá-las", diz.
A CrayonStock, que entrou em operação em março deste ano, conta com um acervo de 246 mil fotos enviadas por fotógrafos profissionais e pessoas comuns. As imagens tanto podem ser documentais --retratam a realidade--, quanto produzidas, ou seja, mostrarem modelos, por exemplo. Antes de serem disponibilizadas, elas passam por uma curadoria.
"Consideramos a qualidade da foto e do arquivo, como o olhar do fotógrafo e a resolução, se há autorização do uso de imagem das pessoas que aparecem na foto, o apelo comercial e o ineditismo", diz Luca Atalla, 41, criador do site.
Entre os compradores estão agências de publicidade, editoras e empresas que utilizam fotos em seus materiais de comunicação. Há opções de assinatura a partir de R$ 97 mensais (até 150 fotos por mês) a R$ 557 (até 25 fotos por dia), no modelo "royalty free", que não especifica o uso da imagem.
O fotógrafo recebe uma comissão de 50% do preço de venda da foto. O valor final depende do preço do plano ao qual o cliente aderiu e do número de imagens que ele pode baixar. Se o cliente tiver uma assinatura de R$ 97, por exemplo, o fotógrafo receberá R$ 0,32 por foto. Ou seja, para ter uma boa remuneração, é necessário disponibilizar muitas fotos e ter muitos downloads.
A empresa começou com investimento-anjo de R$ 1 milhão e pretende faturar o mesmo montante no primeiro ano de funcionamento, quando espera chegar a 400 mil imagens no portfólio.
Outras empresas já faturam com o segmento, que deve crescer, diz professor
Existem no mercado bancos de imagens brasileiros com mais de 10 anos de existência, como a Pulsar Imagens, fundada em 1991, e o SambaPhoto, criado em 2001. Ao contrário da CrayonStock, essas empresas priorizam fotos documentais e artísticas, em que o olhar profissional do fotógrafo conta muito.
Célio Placer, professor de planejamento estratégico da FIA, diz que a demanda por fotos tipicamente brasileiras é crescente em todo o mundo, pois o país tem ganhado representatividade no cenário internacional. Isso tem criado oportunidades para os bancos de imagens. No entanto, para sobreviver, as empresas deverão apostar em um bom acervo e em parcerias comerciais.
"Quem tiver o maior acervo terá maior penetração de mercado. E, para ter o maior acervo, é necessário remunerar bem o fotógrafo. Também é interessante buscar parcerias com grandes grupos de mídia, por exemplo, identificar suas necessidades e desenvolver produtos focados nelas", afirma.
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