Viciados em sexo

Núbia Óliiver

Sexo, sexo, sexo! Quem não deseja fazê-lo, tê-lo, comprá-lo? Sexo em todos os sentidos é sempre muito bom, mas até que ponto o prazer passa a ser um problema?  Sabemos que tudo na vida em excesso faz mal e com o sexo não seria diferente. Para desvendar esse assunto, o Drops Café convidou a empresária Núbia Óliiver que sofreu com o problema e a Dra. Rose Vilella psicóloga com especialização em sexualidade humana e mestre em ciências da saúde pela UNIFESP para uma conversa reveladora e informativa.

Famosos como Michael Douglas, David Duchovny, Jack Nicholson, Ron Wood, Kenye Omare West, Rob Lowe, Kim Cattrall, Sharon Stone, Lindsay Lohan, Charlie Sheen, Bill Murray, Syang, Núbia Óliiver entre tantos assumiram serem “viciados“ em sexo e procuraram ajuda assim que perceberam. “Segundo a Dra. Rose Villela, todos podem procurar ajuda e há como identificar o problema. Se a pessoa perceber que perdeu o controle da situação e quando bater aquela vontade não conseguir deixar pra depois, são indícios do transtorno. Geralmente acontece no final da adolescência, mas pode desenvolver em qualquer idade.”

Núbia Óliiver iniciou sua vida sexual aos 13 anos. Cedo ou não, a uberabense contou ao Drops Café quando percebeu que tinha essa compulsão. “Percebi quando tive relação com três pessoas no mesmo dia e isso não me bastou. Não fiquei satisfeita. Foi quando eu percebi que estava doente.”

O transtorno da Núbia a levou a todos os limites pela busca do prazer. “Já fiz muitas coisas por sexo. Algumas que posso relatar, outras não. Algumas fantasias que posso dizer, outras não. Mas posso resumir que já fiz quase de tudo. Uma delas foi transar com mulheres e nessa compulsão por sexo,  masturbação acontecia muitas vezes ao dia”, diz.

“A masturbação deixa de ser saudável quando vira compulsão; algo sem controle e em qualquer lugar” explica Dra. Rose Vilella.

Recentemente em entrevista ao Roberto Justos, Núbia comentou que já teve mais de 400 homens. “É simples. Tenho uma vida sexual ativa dos 13 até 41 anos. São 28 anos divididos por 12 meses no ano. Daria uma média de dois homens ao mês, mais ou menos. Não acho muito!”

Núbia Óliiver

O fato do prazer não ter limites para uma pessoa que sofra desse transtorno, faz com que ela se exponha acarretando prejuízos econômicos e constrangimentos sociais. Dra. Rose esclarece que a compulsão sexual começa a dar prejuízo nas vidas profissional e pessoal. Sair para transar no meio do expediente com qualquer um, muitas vezes sem preservativo gerando perigo inclusive para sua saúde e a do parceiro. Existem casos de pessoas que interrompem reuniões para se masturbar no banheiro. Uma das explicações é que a compulsão pode estar muito ligada à ansiedade. O desejo sexual é o start para uma resposta sexual adequada, pode ser espontânea ou estimulada através dos órgãos dos sentidos. Percebe-se na mulher pela lubrificação e no homem pela ereção. Algumas pessoas manifestam pouco desejo ou nenhum, muito desejo ou excessivo, sendo compulsão quando a pessoa não consegue ter controle dos impulsos sexuais. Hiperativo quando há uma vontade maior que a média (dados estatísticos), neste caso a pessoa consegue controlar. Hipoativo baixo desejo ou nenhum, neste caso passa a ser uma disfunção (nenhum), mas devemos lembrar os casos dos assexuais (orientação que vem sendo estudada), estes por sua vez não têm desejo e pra eles isso não é um problema e dos casos virtuais, afirma.”

Um fator muito agravante nesse transtorno é que os doentes sofrem preconceito. Com Núbia não foi diferente. “Acabei me isolando dos que me criticavam. As pessoas que não conhecem a doença não entendem e acham que é doença de rico, chilique ou algum tipo de charme. Existe sim o preconceito na maioria das pessoas. Com isso desencadeei medos, como fobia e o maior, que é o medo constante da morte. Posso dizer que é muito ruim ter síndromes pois vivemos em tratamento”, conta.

Dra. Rose explica que o tratamento se baseia em psicoterapia focada na sexualidade e antidepressivo para dar uma diminuída na libido. “A área afetada fisiologicamente no caso do vício é o aumento da dopamina que dá sensação de prazer.”

Núbia conta que atualmente está namorando, muito feliz e que lida com o sexo o mais normal possível. Para ela o mais importante é que o homem seja leal.

A internet se moderniza a cada dia com sites, blogs e as redes sociais abrem espaço para um novo tipo de compulsão. A internet virou um vício entre as pessoas. Nas ruas, em casa, nos bares existem pessoas conectadas deixando de se relacionar uma com as outras. Aquele “velho” olho no olho, toque, carícias desaparecem com a mesma rapidez de um click. “Não tem nenhum problema ver sites pornográficos, mas procure sempre se relacionar de verdade com alguém. Não tenha medo de encarar a situação. Ninguém nasce sabendo e é com o tempo que vem a perfeição em tudo. Então treine de verdade com alguém de carne e osso. Na vida real o que importa é a pegada. É nisso que você deve investir, como fazer o melhor sexo oral, o que dizer no ouvido dela ou dele para excitar, caprichar na massagem e ousar”,  conclui a Dra. Rose Vilella.

Confira alguns famosos que trataram esse vício:

Charlie Sheen

Bill Murray

David Duchovny

Lindsay Lohan

Sharon Stone

Kanye West

Rob Lowe

Ron Wood

Kim Victoria

Jack Nicholson

É meu caro leitor, se você se identificou com alguns desses transtornos. Procure ajuda e lembre-se: sexo em quantidade não é necessariamente qualidade! Pratique com moderação e cuide-se.