O que Marianna esperava que seria um simples ato obrigatório, na verdade gerou uma série de problemas em sua vida. Apesar de não ter sofrido nenhum tipo de preconceito no momento do alistamento, ela acabou se tornando alvo de perseguição virtual após suas imagens durante o processo de alistamento terem sido divulgadas na internet.
Marianna Lively recebeu inúmeras de ligações, mensagens no WhatsApp e teve dados pessoais e fotos suas compartilhadas em redes sociais com mensagens transfóbicas.
No facebook, ela compartilhou o que aconteceu:
Em entrevista ao BuzzFeed Brasil a jovem contou que foram dezenas de ligações. “Ligavam de minuto a minuto, teve uma hora que parei de atender”.
Marianna conta que por volta das 10 da noite as fotos postadas acima começaram a ser compartilhadas nas redes sociais e no WhatsApp acompanhadas de mensagens transfóbicas. No dia seguinte, ela voltou ao local para esclarecer com o capitão da base onde havia se apresentado o que poderia ter acontecido.
“Me senti um lixo exposto, fiquei muito mal, com uma ferida aberta. Nenhuma trans quer ser chamada pelo seu nome de registro, é constrangedor. Ainda mais ter desconhecidos ligando em sua residência.”
Procurado pelo BuzzFeed Brasil, o Comandante David do Batalhão de Polícia do Exército de Osasco, responsável pela região, afirmou que está aguardando Marianna para esclarecimento.
“O caso ocorreu em frente ao quartel e eu desconheço a instalação então não posso te afirmar nada, mas já estou sabendo do ocorrido por cima e estou aguardando a vinda da jovem para auxiliá-la”, disse David por telefone.
Marianna buscou uma advogada e registrou um boletim de ocorrência. Como uma das imagens que circulam trazem, além do seu telefone, também o seu endereço, ela foi para casa de uma tia.
Marianna diz que vai realizar todas as denúncias e seguir com um processo porque não quer que “outras trans passem pelo mesmo”. “Espero ter sido a ultima a ter sido feita de chacota com o ato de infantilidade do quartel,” disse.
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